“Tamoaki” é mais do que um simples nome. Representa a característica central da Mostra Tamoaki de Cinema: “Estamos aqui no extremo norte do País produzindo cinema e não vamos parar”.
O evento, que acontecerá nos dias 13 e 14 de janeiro na Toca da Bruxa (Avenida Benjamin Constant, 761, Centro), exibirá dez filmes e promoverá rodas de debate, nas quais realizadores, críticos de cinema, acadêmicos, pesquisadores, profissionais do audiovisual, imprensa e público poderão estabelecer diálogos audiovisuais.
A Mostra Tamoaki de Cinema é realizada pela Escola de Cinema, Comunicação e Artes da Amazônia (ECCA), com apoio da Platô Filmes, Toca da Bruxa, Associação Curta Roraima (ABDeC-RR) e Coletivo Binário.
Confira a programação:
Quinta-feira, 13 de janeiro:
19h: Abertura
19h10: Mesa redonda “Filmar em Roraima – Potencial e desafios”
Debatedores: Artur Roraimana, Elisa Coimbra e Eder Santos
Mediação: Frederico Martins
20h30: Exibição dos filmes “A inacreditável história do milho gigante”; “Lavradeiro” “Palasito”, “Mike” e “Maikan”
A INACREDITÁVEL HISTÓRIA DO MILHO GIGANTE (Aldenor Pimentel, Roraima, 5 min, 2021): No meio do lavrado, uma pequena formiga encontra um milho gigante. O Tamanduá aparece e se dispõe a cuidar do alimento, enquanto ela busca ajuda dos parentes para levar o milho até o formigueiro. Será que a formiga confiará no seu maior predador?
LAVRADEIRO (Luiz Cláudio C. Duarte, Roraima, 13 min, 2018): O filme retrata a história de um animal que tem suas últimas espécies sobrevivendo nos campos gerais no extremo norte do Brasil. Os relatos nos fazem entender como o cavalo lavradeiro se desenvolveu nos campos de Roraima, com seus ecossistemas baseados em ambiente de lavrado, que são o palco onde ainda vive um dos últimos cavalos totalmente xucros do país.
MAIKAN (Éder Santos e Enoque Raposo, Roraima, 13 min, 2020): Na língua indígena Macuxi significa ‘raposa’. No documentário, são tratadas a memória e a cultura do povo Macuxi da comunidade Raposa, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, estado de Roraima, com seu modo de vida e processo milenar de ocupação nômade das serras e campos do entorno do Monte Roraima, berço de Makunaima. A comunidade da Raposa está situada atualmente nos campos, fundada a partir da narrativa mítica da fuga da Raposa nas serras, que foi perseguida pelos seus donos, Anikê e Insikiran, filhos de Makunaima, definindo a morfologia e as narrativas dos lugares de afeto. Uma cultura forte, que resiste e dialoga com a sociedade do entorno.
MIKE (Cláudio Lavôr, Roraima, 25 min, 2021): Narrado em primeira pessoa por Marcos Alessandro Edwards, nascido em Georgetown, República Cooperativa da Guiana, é um autorretrato íntimo de um artista, hoje naturalizado brasileiro e residindo em Boa Vista, que lembra, através de uma imersão na sua memória e na sua arte musical, os momentos que marcaram e provocaram mudanças singulares em sua vida: a do imigrante que conseguiu reconhecimento com sua arte musical, surgindo então o cantor e compositor de reggae Mike Guy-Bras.
PALASITO (Alex Pizano, Roraima, 25 min, 2021): Ao presenciarem a queda de um meteorito em uma região de serras no norte de Roraima, um grupo trava um verdadeiro jogo de interesses pela posse do artefato celeste, que por sua vez exerce curiosa influência sobre seus comportamentos.
Sexta-feira, 14 de janeiro
19h00: Mesa redonda “Caminhos daqui para frente”
Debatedores: Thiago Briglia, Cláudio Lavôr e João Vieira Torres
Mediação: Elder Torres
20h30: Exibição dos Filmes “Vassôra”, “Rabiola”, “Nome Sujo”, “Quando me senti diferente” e “Barco” (convidado)
NOME SUJO (Artur Roraimana, Roraima,15 min, 2021): Lucas é um jovem adulto que já precisa lidar com a responsabilidade de trabalhar para se sustentar. Quando uma câmera fotográfica que ele queria muito comprar entra em promoção, o jovem inicia uma busca por meios de realizar seu desejo.
RABIOLA (Thiago Briglia, Roraima, 15 min, 2021): Três crianças, Bernardo, um garoto brasileiro, Jeferson e Josiris, duas crianças venezuelanas, travam uma batalha no céu para ver quem derruba o papagaio de quem. Quando isso acontece, uma nova disputa começa.
VASSÔRA (Elisa Coimbra, Roraima, 10 min, 2020): Non sequitur, expressão em língua latina que designa a falácia lógica na qual a conclusão não decorre das premissas: inter relacional, causa e efeito: vida em sociedade patriarcal: vassôra.
QUANDO ME SENTI DIFERENTE (Tallon Almeida, Roraima, 12 min, 2021): Todo LGBT+ que expressa sua forma de amar e viver, em algum momento já se sentiu deslocado da sociedade em que vive. Sejam pelos olhares, pelos comentários feitos aos cochichos, pelos familiares que falam “esse teu filho aí, hein… não sei não”. Neste vídeo, o Boa Bixa pergunta a LGBTs roraimenses: quando (e como) você percebeu que era diferente?
BARCO (João Vieira Torres, França/Brasil, 15 min, 2021): O filme apresenta sete memórias da primeira infância, ditas por sete vozes diferentes, enquanto a câmera foca as cores desbotadas e o grão exagerado das fotografias de família do início dos anos 80. De quem são esses rostos e memórias? O filme incentiva o público a interrogar suposições sobre gênero, memória e morte.
Fonte: Correio do Lavrado